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GoPro Hero 7 Black: muita estabilização sem gimbal



Todo ano a GoPro renova sua linha de câmeras de ação, com o mesmo design compacto de sempre e várias novidades por dentro. Na sétima geração, a versão mais sofisticada é a Hero 7 Black, equipada com duas telas, um sensor de 12 megapixels que filma em 4K a 60 quadros por segundo e recursos para fazer lives, time-lapses e muito mais, por um preço não muito amigável de R$ 2.599.

A grande novidade é o que a GoPro chama de HyperSmooth: um sistema de estabilização digital para reduzir vibrações na imagem sem a necessidade de utilizar um gimbal. Gimbal que, aliás, a própria empresa ainda vende por 300 dólares no exterior. Será que vale a pena comprar uma câmera de ação da GoPro? Para que serve isso? A imagem é boa mesmo? Senta que eu conto tudo nos próximos minutos.


O que é legal?


Quase toda a propaganda da Hero 7 Black é para destacar a estabilização de imagem, dizendo que “os vídeos tremidos estão mortos” e que a câmera faz “vídeos em 4K incrivelmente uniformes”. E, sim, a GoPro definitivamente cumpre o que promete. O HyperSmooth não chega a ser uma “estabilização tipo gimbal”, mas a qualidade é muito próxima de um, sem precisar carregar um trambolho.

O Tecnovlog do lançamento do Snapdragon 855 e 8cx no Havaí foi filmado totalmente com a Hero 7 Black na mão, sem nenhum acessório adicional. A qualidade da estabilização não deixou a desejar em comparação com um iPhone XS preso a um DJI Osmo Mobile 2, com a vantagem de ser bem mais portátil (dá para guardar a GoPro no bolso) e mais versátil (eu posso filmar até embaixo da água sem nenhuma preocupação).


A interface é bastante intuitiva. Existem apenas dois botões físicos: um para iniciar ou parar a gravação; outro para ligar a câmera e alternar entre os modos. A tela monocromática ao lado da lente é útil para acompanhar o tempo de gravação, o espaço restante no cartão de memória e o nível de bateria. Na traseira, o display sensível ao toque permite mexer nas configurações, ver o enquadramento e assistir ao que você acabou de filmar ou fotografar.



Os modos da câmera também agradam. Você pode optar pela filmagem tradicional, gravando em 4K a 60 fps, 2,7K a 120 fps ou Full HD a 240 fps, além de aproveitar a lente grande angular para tirar uma foto com enquadramento amplo de 12 megapixels. Mas o mais legal é o TimeWarp: ele é basicamente um modo de time-lapse só que com a estabilização HyperSmooth, o que deixa o vídeo final com um aspecto bem interessante.


Embora não seja imprescindível, vale uma exploração no ótimo aplicativo da GoPro, que transfere automaticamente as imagens da câmera, permite fazer edições básicas no Quik e transmite imagens ao vivo para o Facebook, o YouTube e qualquer outro serviço compatível com o protocolo RTMP.

Um recurso chamado QuikStories analisa os metadados dos arquivos (como o GPS, o acelerômetro e o giroscópio) para criar automaticamente um vídeo com os melhores momentos, poupando o tempo dos mais indecisos. Ele nem sempre acerta, mas dá para fazer os ajustes finais antes de compartilhar o resultado nas redes sociais.

Antes de finalizar os pontos positivos, não dá para deixar de destacar o ecossistema da GoPro. Por ser a marca mais conhecida no ramo de câmeras de ação, existe uma infinidade de acessórios (originais ou de terceiros), como tripés, gimbals, bastões, adaptadores e suportes para fixar a Hero 7 Black no capacete, no peito, na mão, no cachorro ou em qualquer outro lugar que a sua imaginação mandar.



O que não é legal?

Bateria nunca foi um ponto forte da GoPro, mas parece ter piorado com o passar do tempo. Mesmo com a inclusão de novos recursos e mais possibilidades de filmagem, a pequena câmera de ação continua com uma bateria de 1.220 mAh, que mostra sinais de cansaço com pouco tempo de gravação.

Na resolução máxima, em 4K a 60 quadros por segundo, eu não consegui mais de 45 minutos de filmagem contínua, com a tela desligada e todas as conexões desativadas. Diminuindo a resolução para Full HD e mantendo a taxa de quadros, dá para chegar a 1h30min. Se você fizer múltiplas tomadas, quiser deixar a tela ligada para acompanhar o enquadramento ou sincronizar tudo com o celular, a autonomia cai ainda mais.


Não é o fim do mundo, mas poderia ser bem melhor. A boa notícia é que, como a bateria da Hero 7 Black é removível, você pode comprar uma reserva e trocá-la rapidamente quando a carga acabar, em vez de ter que esperar duas ou três horas por uma carga completa.

Outro problema é o seguinte: gravar em 4K exige uma grande capacidade de processamento; processamento gera calor; e um dispositivo extremamente compacto tem menos espaço para dissipar esse calor. No verão paulistano, de 32 a 35º C, eu não consegui gravar mais de 10 minutos de forma contínua: a câmera desligava por superaquecimento, e era necessário esperar alguns minutos para retomar a filmagem, o que pode ser bem chato se você estiver de viagem para um lugar muito quente.

Além disso, a tela sensível ao toque de 2 polegadas, embora funcione bem na maioria das ocasiões e tenha uma ótima definição, é… pequena. Não tem como colocar um display maior com o design atual da câmera, mas a GoPro poderia melhorar a interface e a responsividade do painel: ele não entende os gestos de deslizar para o lado ou para baixo com certa frequência, e eu já apertei botões por engano várias vezes.


E, por fim, a qualidade de imagem é boa quando a iluminação é boa. Mas, depois do pôr do sol, fica claro que a lente poderia ter uma abertura maior do que f/2,8 para lidar com situações mais complicadas. O ruído nos vídeos aumenta consideravelmente e a Hero 7 Black não consegue mais capturar detalhes que até um smartphone intermediário veria com facilidade.

Vale a pena?

Uma câmera de ação tem o grande potencial de ficar esquecida no fundo da gaveta porque, com exceção do pessoal mais aventureiro, o celular já dá conta do recado na maioria das situações. E, no Brasil, o preço sugerido de R$ 2.599 da Hero 7 Black complica ainda mais a decisão de compra porque esse é o valor de um smartphone topo de linha. Será que vale a pena gastar tanto dinheiro para um produto que “só” filma?

Se você ainda está procurando uma utilidade para uma GoPro, a resposta provavelmente é não. Mas a Hero 7 Black é um ótimo upgrade para quem já usa esse tipo de câmera: a estabilização é excelente, a qualidade de imagem é ótima em comparação com os concorrentes e a versatilidade de uma caixinha de 116 gramas à prova d’água não precisa de mais adjetivos. Para quem ainda tem uma Hero 4 ou uma mais antiga, a possibilidade de mergulhar a câmera na água sem nenhuma proteção extra é um belo chamariz.

É um sentimento parecido com o dos drones: você vai gastar bastante dinheiro em algo para usar só em situações bem específicas. Mas, se você conseguir bancar esse luxo, pode fazer imagens inesquecíveis por aí.

Especificações técnicas
  • Bateria: 1.220 mAh (removível)

  • Conectividade: USB-C 3.0, HDMI (Micro-HDMI), Wi-Fi, GPS, Bluetooth

  • Dimensões: 62,3×44,9×33 mm

  • Estabilização: digital (HyperSmooth)

  • Lente: grande angular com campo de visão de 170 graus e abertura f/2,8

  • Memória externa: suporte para cartões microSD de até 256 GB

  • Peso: 116 gramas

  • Resistência à água: até 10 metros (sem case)

  • Resolução de foto: 12 megapixels

  • Resolução de vídeo: 4K 60 fps, 2,7K 120 fps, 1440p 120 fps, 1080p 240 fps, 960p 240 fps, 720p 240 fps (H.264/H.265)

  • Sensor de imagem: CMOS 1/2,3 polegada

  • Tela: LCD sensível ao toque de 2 polegadas com resolução de 320×480 pixels; display frontal monocromático com tempo de gravação, resolução de foto/vídeo, nível de bateria e espaço restante no cartão de memória

GoPro Hero 7 Black: muita estabilização sem gimbal


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